quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A marca OMO foi registrada pela primeira vez na Inglaterra no ano de 1908 pela Lever Brothers (empresa que daria origem a Unilever em 1930). O produto era um amaciante de roupa que, em 1909, daria lugar a um sabão em pó para limpeza de tecidos brancos. Seu nome era a abreviatura de Old Mother Owl (velha mãe coruja), representação do zelo materno e da sabedoria. Na primeira embalagem, havia a ilustração de uma coruja estilizada e a frase “Safe Whitener and Cleaner”. As letras “o” representavam graficamente seus olhos, enquanto o “m” formava o nariz e o bico da ave. Em 1954, a Unilever lançou OMO em uma nova versão, detergente em pó. O sofisticado e novo conceito de detergente em pó, artigo elaborado com matérias-primas sintéticas capaz de atingir resultados de limpeza muito mais eficientes do que o tradicional, conquistou as donas de casa inglesas. Rapidamente o produto alcançou uma alta aceitação entre as mulheres européias, que aderiram à vantajosa praticidade do detergente em pó. No decorrer dos anos a marca OMO foi sendo introduzida em muitos países, especialmente na Ásia e América Latina, lançando inúmeras variações e desenvolvendo tecnologias e fórmulas eficazes na lavagem de roupas. No início dos anos 90, OMO já era um das mais importantes marcas da Unilever, comercializada em 18 países dos cinco continentes. Em 2007, a marca lançou a campanha global “Toda Criança Tem Direito de Ser Criança”, tendo como peça principal o filme “Roboboy”, que mostrava o menino-robô transformar-se gradualmente em uma criança de verdade conforme se sujava, estimulando o ato de brincar, como sugerem as pesquisas realizadas pela marca ao redor do mundo. No Brasil, foi a partir deste momento que a marca colocou no mercado uma proposta inovadora de produtos, unindo a fórmula consagrada de OMO aos principais atributos do amaciante Comfort, ao lançar OMO com um Toque de Comfort em duas versões (Aloe Vera e Pétalas de Violeta e Ylang Ylang).

Um sucesso no Brasil
A empresa não mediu esforços para conquistar as exigentes consumidoras brasileiras, por tradição, muito envolvidas com a limpeza das roupas da família. A estratégia para o lançamento de OMO no país foi cercada de mistério nas chamadas de rádio, a principal mídia da época, que inteligentemente aguçavam a curiosidade dos ouvintes com um sonoro Oooomooo, sem revelar do que se tratava. Os jornais também estamparam em suas páginas a intrigante pergunta: “Mas como? Omo?”. O produto foi oficialmente lançado no Brasil em 1957, a princípio apenas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo o primeiro sabão em pó do mercado nacional. Por não fazer sentido na língua portuguesa, a coruja nunca foi utilizada no país. “Onde Omo cai a sujeira sai”, com esse slogan os brasileiros foram apresentados ao sabão em pó OMO. A maior novidade por aqui era a cor azul do pó, que levou em conta o hábito brasileiro de utilizar anil para realçar o branco das roupas. O sofisticado conceito de detergente em pó precisava ser explicado para as mulheres brasileiras, pouco familiarizadas com as técnicas mais modernas de lavagem. A modificação de hábitos tão arraigados exigiu um trabalho intenso das equipes de vendas, propaganda e marketing. Na época, a presença da máquina de lavar ainda era restrita a um número muito reduzido de domicílios urbanos. A maioria das mulheres acreditava mais na força bruta do que na tecnologia para cumprir suas rigorosas metas de limpeza. Desde o início, para chamar a atenção nas prateleiras dos supermercados, sua embalagem já era grande, de papelão, com letras enormes e cores fortes, imitando pequenos cartazes. Durante a primeira metade da década de 60, demonstradoras percorreram todo o interior do Brasil em caminhões, distribuindo amostras de OMO e ensinando as donas de casa a usar o produto, em um verdadeiro corpo-a-corpo para superar os sabões em barra, alvejantes e anil.



Fonte: mundodasmarcas.blogspot.com