quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Europa, início do século XIX. Não havia geladeira ou freezer para conservar a comida. Em vez de supermercados, feiras e mercearias. Para a maioria das famílias, a próxima refeição dependia dos alimentos frescos que podia obter. Na primeira metade do século XIX, o fantasma da fome rondava os campos e as cidades da Europa. Quando o clima ajudava, a mesa era farta. Um inverno rigoroso, chuvas a mais ou uma praga repentina, e o fantasma da fome rondava os lares. Além disso, as teorias de Malthus afirmando que a população crescia mais rapidamente do que a capacidade de produção de alimentos preocupava o mundo. Ao mesmo tempo, a ciência procurava novas soluções. Uma das grandes necessidades da época era encontrar uma maneira de conservar os alimentos, garantindo segurança alimentar fora da época de colheita. Pensando nisso, o alemão Carl Heinrich Theodor Knorr, depois de estudar comércio, demografia e técnicas de produção agrícola, contando com a ajuda de estudiosos em química e nutrição, realizou suas primeiras experiências ao secar temperos e vegetais para preservar seus sabores e valores nutricionais. Em 1838, ele juntamente com seus filhos fundou na cidade de Heilbronn no sul da Alemanha a empresa KNORR, abrindo sua primeira fábrica para produzir chicória desidratada para a indústria do café.
No ano seguinte a fábrica foi aumentada para atender a demanda de mercado. Depois de décadas de pesquisas e experimentações, foi então, que em 1873, a The Knorr Company apresentou ao mercado europeu as primeiras misturas de vegetais, legumes e temperos para sopas prontas, vendidas em saquinhos nas lojas de alimentos. O negócio teve continuidade com seus filhos, Alfred e Carl, que começaram a experimentar o lançamento de novos produtos como vegetais desidratados e pós com aromas que ao serem colocados na água viravam sopas. A conservação de legumes pela desidratação permitiu que o antigo desejo da humanidade de concentrar os alimentos em volumes pequenos se tornasse realidade.
Da fabricação dos primeiros produtos até a consolidação como símbolo de uma cozinha mais fácil e de uma vida mais saudável, a KNORR percorreu um longo caminho. A busca por novas tecnologias, a criatividade e a sintonia com os desejos das pessoas deram origem a temperos, bases culinárias e pratos prontos, consumidos no mundo inteiro. Em 1885 a empresa construiu fábricas na Áustria e Suíça, dando início ao seu processo de internacionalização. Nessa época a KNORR oferecia produtos variados, como alimentos para bebês, farinha, flocos de cereais, sopas em pó e em tabletes, vegetais e batatas em flocos. Os produtos KNORR eram tão utilizados pelas Forças Armadas da Alemanha que, em 1899, sua fábrica passou ao controle do Estado.
Com o início da Primeira Guerra Mundial, a empresa – que a essa altura operava também na França e na Itália – acompanhou o declínio alemão. Porém, uma reviravolta na administração, no início da década de 20, colocou a KNORR novamente no prumo do sucesso. Em meados da década de 30 as famosas sopas desidratadas começaram a serem exportadas para os Estados Unidos. Durante a Segunda Guerra Mundial, a demanda pelos produtos da empresa era imensa e a qualidade, em virtude das restrições do conflito, caiu bastante, levando a KNORR quase a falência. Além disso, suas fábricas foram destruídas pelos bombardeios. Com o fim do conflito, a família Knorr retomou o controle da empresa, expandiu as fábricas e investiu em tecnologia. Em uma década, os alimentos desidratados ganhariam o mundo. No ano de 1948 o tempo de preparo das sopas desidratadas foi reduzido para 5 a 10 minutos, sendo vendidas em saquinhos de alumínio hermeticamente selados protegendo o produto contra umidade.
Na década de 50, a família de produtos KNORR foi ampliada, com novas versões de sopas, molhos, temperos prontos e caldos em cubos, estes um sucesso desde 1912. No final desta década, em 1957, os produtos com a marca KNORR estavam disponíveis em 8 países ao redor do mundo. No ano seguinte a empresa foi vendida para a americana CPC (Corn Products Company), percussora da Bestfoods. Em 1962, a empresa fundou um instituto de pesquisa e desenvolvimento em Heilbronn, e, em 1967, um centro culinário para testar novas receitas. No ano de 2000 a marca foi comprada pela gigante Unilever, ganhando ainda mais força global. Na época os produtos KNORR eram vendidos em 87 países ao redor do mundo. Em quase uma década a marca KNORR se modernizou, ampliou seus mercados de atuação e lançou produtos que acompanharam as evoluções dos tempos e da sociedade atual.


Fonte: mundodamarcas.blogspot.com