terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A história da montadora deriva de uma verdadeira aventura, quando as primeiras encomendas foram feitas ao industrial francês Louis Renault, que aos 21 anos construiu o seu primeiro automóvel no quintal da casa de sua mãe. Em 24 de dezembro de 1898, seus amigos o desafiaram a subir a Rua Lepic, a mais íngreme de Paris, dirigindo o “Voiturette”, um carro construído por ele. Louis Renault conseguiu realizar a proeza graças à inovadora transmissão direta do veículo, e recebeu, ali mesmo no local, suas primeiras 12 encomendas. No dia 25 de fevereiro de 1899 os irmãos Renault, Louis, Marcel e Fernand, abriram sua fábrica na Avenida Du Cours em Boulogne-Billancourt com o nome de Renault Fréres. Nesse mesmo ano, no Salão do Automóvel de Paris a nova empresa apresentava seus dois primeiros modelos de automóveis: o Type A e o B. Ambos tinham motores de 450 cc e só nesse ano foram produzidos 76 carros.
Em 1901, a montadora apresentou os modelos D e E, além de inaugurar uma fábrica nova na Bélgica. No ano seguinte, foi construído o primeiro motor RENAULT, que permitiu aos irmãos vencer a corrida Paris-Viena, disputada entre França e Áustria. Além disso, neste ano foi conseguida a primeira patente para um motor turbinado. Os irmãos rapidamente perceberam a publicidade que poderiam atrair pela participação dos seus veículos em competições automobilísticas, e alcançaram rápido sucesso e reconhecimento nas primeiras corridas de cidade a cidade na França. Ambos competiram com modelos de sua fábrica, porém Marcel morreu, aos 31 anos, em um acidente de carro durante uma corrida de Paris a Madrid em 1903. Apesar de Louis Renault não ter mais competido após esse trágico acontecimento, sua empresa continuou envolvida em competições automobilísticas, incluindo a vitória de um RENAULT modelo AK 90CV ganhador do primeiro Grande Prêmio (Grand Prix) em 1906, com mais de trinta minutos de vantagem sobre o segundo colocado.
Ainda este ano, primeiro ônibus produzido pela montadora, chamado de Omnibus, foi introduzido no mercado. No ano seguinte, a empresa começou a fabricar motores para aviões. Com a morte de Fernand em 1909, a empresa passou a se chamar LES AUTOMOBILES RENAULT. Pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial, em 1913, a RENAULT já produzia dez mil carros por ano, tinha cinco mil pessoas e enfrentou a primeira greve de funcionários. Durante o conflito, a montadora direcionou seus esforços para a fabricação de munição, aviões militares e veículos como o tanque de guerra Renault FT-17. Em meio a uma economia arruinada e a forte concorrência americana, Louis Renault construiu uma nova fábrica e diversificou a produção, passando a fabricar ônibus, tratores e veículos comerciais. A RENAULT cresce e estende sua atuação a 49 países ao redor do mundo.
A montadora também foi pioneira no modo de produção de seus veículos, integrando já em 1919 a fabricação de todos os componentes, desde o aço até os pneus. Nesta época, acirrava-se a concorrência entra a RENAULT e a Citröen, obrigando ambas a inovar e ousar, produzindo veículos cada vez melhores e mais atraentes aos consumidores. Só em 1920 foi apresentado um modelo novo de automóveis, o Renault 10 CV, seguido do 6 CV em 1922. Em 1925 surgiu o popular 40 CV, primeiro automóvel a utilizar o famoso símbolo em forma de diamante que hoje integra o logotipo da marca francesa. Dois anos mais tarde, foi apresentado o Monasix, que, depois de melhorado em 1928, se tornou um grande sucesso da marca junto aos consumidores. Foi neste período que a montadora francesa iniciou a exportação de seus veículos para o Reino Unido.
Durante a Segunda Guerra Mundial, as fábricas de Louis Renault trabalharam para a Alemanha nazista. Em virtude disto, ele foi preso durante a libertação da França em 1944 e morreu na prisão antes de preparar sua defesa. Seus ativos industriais foram confiscados pelo governo, e as fábricas se tornaram uma empresa pública (conhecida em francês por Régie Nationale des Usines Renault). Foi a partir desta época, como estatal, que a montadora assumiu o desafio de provar que podia ser tão competitiva quanto uma empresa privada. Durante a guerra, as fábricas da montadora produziam materiais militares, e somente em 1946 foi retomada a produção de carros de passageiros. No ano seguinte, foi finalmente lançado seu primeiro modelo verdadeiramente popular, o Renault 4 cv, que viria a se tornar um dos carros mais importantes na história da indústria automobilística, dado ao enorme sucesso que alcançou, vendendo meio milhão de unidades até o encerramento de sua produção em 1961. O sucesso desse modelo compacto comprovou a viabilidade econômica da marca, dando-lhe novo impulso em um período de dificuldades e incertezas.
A partir de 1955, a empresa intensificou uma de suas vocações, a exportação, tornando-se a maior exportadora industrial da França. O sucesso das vendas teve como destaques os modelos compactos, como o Renault 4 em 1961, que viria a vender mais de 8 milhões de unidades; o top de linha Renault 16 lançado em 1965, que revolucionou os valores tradicionais com sua porta traseira e modularidade, e que viria a ser o primeiro RENAULT a ganhar o título de Carro do Ano; e o Renault 5, um automóvel de tamanho pequeno e popular lançado em 1972, que se transformaria em um dos maiores sucessos da empresa, muito em virtude de sua economia no período da crise de petróleo que o mundo viveu. Em 1982, a RENAULT se tornou a segunda montadora européia, depois da Volkswagem, a produzir automóveis nos Estados Unidos. O Alliance, versão americana do RENAULT 9, foi o primeiro carro produzido em solo americano. Outros sucessos são lançados na década de 80, como o extraordinário R9 em 1981, o Renault 25 (automóvel de alto luxo) em 1984 e o Super5.
Em 1991, a montadora decidiu terminar com a designação dos modelos de carros por números, uma tradição desde sua fundação. Nesta década, a RENAULT entrou em uma nova etapa de sua história, passando novamente para a iniciativa privada em 1996. Sua capacidade de inovação foi ressaltada principalmente com lançamentos de sucesso como o compacto Clio, o versátil Twingo, o luxuoso Laguna, o popular Mégane, a funcional Scénic e o ousado Kangoo. Em 2 de janeiro de 2001, a REANULT vendeu sua subdivisão de veículos industriais (conhecida como “Renault Véhicules Industriels”) para a Volvo, que a rebatizou de RENAULT TRUCKS em 2002. Em 2005, o brasileiro Carlos Ghosn, que era até então executivo da Nissan, assumiu o cargo de CEO da RENAULT em substituição à Louis Schweitzer, que comandou a montadora francesa de 1992 até este período.
No dia 9 de fevereiro de 2006, Carlos Ghosn, anunciou o plano Renault Contrat 2009 com o qual a marca procuraria continuar seu espírito inovador com planos tão ambiciosos como se converter numa das montadoras que menos poluem o meio-ambiente. No dia 8 de dezembro de 2007 a RENAULT anunciou uma parceria com empresas estatais russas para revitalizar a AvtoVAZ e a tradicional marca Lada. Recentemente, o lançamento do Koleos (primeiro utilitário crossover 4X4 da montadora) foi o 11º modelo dos 26 anunciados para dinamizar o crescimento da RENAULT no mundo. Com o lançamento de um Crossover 4X4, a montadora prossegue a sua ofensiva de produtos e completa a sua oferta de automóveis, propondo um modelo inédito na história da marca. Em 2008, a RENAULT fez nove lançamentos mundiais. Apesar da grave crise financeira que o mundo atravessou em 2010 a montadora bateu recorde histórico de vendas com 2.6 milhões de unidades comercializadas. Somente na Europa foram vendidos mais de 1.6 milhões de veículos.

Fonte: mundodasmarcas.blogspot.com